A Preguiça


Após o pecado ter entrado na nossa história, Deus impôs ao homem “a lei severa e redentora do trabalho”, como disse o Papa Paulo VI. “Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado...” (Gen 3,19).

Todo trabalho é uma continuação da atividade criadora de Deus. E Deus derrama a sua graça sobre aquele que trabalha com diligência. O trabalho é a sentinela da virtude. Se com humildade oferecemos a Deus o nosso trabalho, este adquire um valor eterno. Assim, o temporal se transforma em eterno.

A preguiça joga por terra toda esta riqueza. Querer viver sem trabalhar é como desejar a própria maldição nesta vida. São Paulo disse aos tessalonicenses: “Procurai viver com serenidade, trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado. É assim que vivereis honrosamente em presença dos de fora e não sereis pesados a ninguém”. (1 Tes 4,11-12). O Talmud dos judeus diz que: “Não ensinar o filho a trabalhar, é como ensinar-lhe a roubar”. Trabalhando, como homem, Jesus tornou sagrado o trabalho humano e fonte de santificação. Por isso, o lema de vida de São Bento de Nurcia, nos mosteiros, era: “Ora et Labora!” (Reza e Trabalha!). Um mau trabalhador é um mau cristão. Um operário displicente é um mau cristão.

Um professor cristão e relapso é um contra testemunho cristão...

O pecado da omissão é fruto da preguiça. É por preguiça que o filho não obedece a seus pais, e muitas vezes se torna um transviado. É por preguiça de algumas mulheres que o trabalho do lar é às vezes mal feito, prejudicando os seus filhos, o esposo e a alegria do lar. É por preguiça de muitos maridos que a casa fica com as lâmpadas queimadas, o chuveiro estragado, a torneira vazando... É por preguiça que o estudante não estuda as suas lições e se arrasta na sua caminhada e prejudica a sua formação. É por preguiça que o cristão deixa de ir à missa, de rezar, de conhecer a doutrina da Igreja, de trabalhar na sua comunidade. Há um provérbio chinês que afirma que “não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do agricultor”.


Prof. Felipe Aquino (Revista Canção Nova – Maio de 2009)

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