São Mateus (21 de setembro)
Mateus, porém, apresenta alguns aspectos próprios. Se São João, Apóstolo e Evangelista como Mateus, fez parte dos primeiros discípulos de Jesus, Mateus foi chamado mais tarde. Passou de cobrador de impostos a discípulo do Mestre, que lhe dissera: Vem e segue-me (Mt 9,9). O banquete que festejou sua vocação é o sinal do amor misericordioso de Jesus que chama os pecadores à penitência e celebra sua reconciliação com o Pai (cf. Lc 5, 27-32).
Mateus escreveu um evangelho em aramaico, mas nós conhecemos apenas a versão grega que, tradicionalmente, é apresentada como o primeiro dos quatro Evangelhos conhecidos, embora seja tido como posterior ao de Marcos pelos especialistas. No seu Evangelho, redigido para a comunidade judaico-cristã, o Cristo se manifesta como o Mestre e o Fundador do novo Israel, que promulga a justiça nova do reino dos Céus centrada no amor. É o Evangelho da Igreja, constituída sobre a fé de Pedro, chamada a ser sacramento de reconciliação e de encontro entre Israel e todos os homens. É o Evangelista da Igreja toda ela missionária. Mateus é o evangelista das bem-aventuranças, do Sermão da Montanha, das parábolas do reino dos céus. É o evangelista da Igreja e da Missão. O Evangelho segundo Mateus foi certamente o mais presente na vida da Igreja, particularmente, na pregação, na Liturgia e na Catequese, pois ele realça a unidade do Antigo e do Novo Testamento. As promessas do Antigo Testamento se cumpriram em Cristo Jesus.
A Antífona da entrada proclama a Igreja em missão: Ide, e de todas as nações fazei discípulos, diz o Senhor, batizando-os e ensinando-os a observar todos os mandamentos que vos dei (cf. Mt 28,19-20).
A Oração coleta lembra que Deus em sua misericórdia chama não só os justos, mas os pecadores à salvação, ao discipulado e à missão: Ó Deus, que na vossa inesgotável misericórdia, escolhestes o publicano Mateus para torná-lo apóstolo, dai-nos, por sua oração e exemplo, a graça de vos seguir e permanecer sempre convosco. Esta mensagem volta na Antífona da Comunhão: Eu não vim chamar os justos, e sim os pecadores, diz o Senhor (cf. Mt 9,13).
A Oração depois da Comunhão resume bem a mensagem evangélica deixada pelo apóstolo e evangelista Mateus: Ó Deus, ao participarmos da alegria da salvação que encheu de júbilo São Mateus, recebendo o Salvador em sua casa, concedei que sejamos sempre refeitos à mesa daquele que veio chamar à salvação não os justos, mas os pecadores.
Fonte: Prof. Felipe Aquino